quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Selvíria
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Conheça as minhas palestras!
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Ontem estive proferindo palestra para os professores de Aparecida do Taboado (MS).
Obrigado a todos pela presença!
Um fraterno abraço.
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Jornada Pedagógica- Vitória da Conquista (Bahia)
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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
GILBERTO WIESEL ESTARÁ PRESENTE NO EDUCAR EDUCADOR
A Futuro Eventos, empresa paranaense que há 20 anos
contribui para a Formação Continuada de educadores de todo o Brasil, está à
frente da gestão da 21ª edição da Educar/Educador - Feira e Congresso
Internacional de Educação, evento realizado em conjunto com a Bett Brasil, de
21 a 24 de maio de 2014, em São Paulo-SP.
Tendo como temática central “Uma Verdadeira Imersão para a
Excelência em Educação. Que Rumo Seguir?”, a Educar/Educador propõe para 2014 a
realização de seis congressos simultâneos à feira de educação que acontecem no
Centro de Exposições Imigrantes, a saber:
21º EDUCADOR – Congresso Internacional de Educação
10º EDUCADOR MANAGEMENT – Congresso Internacional de Gestão
em Educação
11º AVALIAR – Congresso Internacional sobre Avaliação na
Educação
9º INFÂNCIA & CIA – Congresso Internacional de Educação
Infantil e Séries Iniciais
3º PROFITEC – Congresso Internacional sobre Educação
Profissional e Tecnológica
Bett Brasil – Congresso e Feira Internacional
sobre Educação e Tecnologia
A Educar/Educador se consolida a cada ano como o maior
evento educacional da América Latina, fruto de um envolvimento de todos os
palestrantes, expositores, congressistas, visitantes, parceiros, patrocinadores
e apoiadores, e atrai um público especializado de vários setores da educação do
Brasil e da América Latina, entre mantenedores, gestores, secretários de
educação, diretores escolares e outros profissionais, bem como instituições de
destaque no cenário nacional e internacional.
Este ano o palestrante Gilberto Wiesel irá participar pela
segunda vez do congresso. Gilberto irá proferir a palestra “Os Desafios Para se
Trabalhar Com as Novas Gerações. O Gestor Escolar Está Preparado?”.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
11 habilidades que o mercado exige e a faculdade não ensina
Diploma na parede e notas elevadas no boletim nem sempre são garantia de sucesso.
Sair da formatura com notas elevadíssimas em todas as
disciplinas não é garantia de que o recém-formado seja um excelente
profissional. Ao contrário.
Especialistas consultados são unânimes ao afirmar que
entre os conhecimentos compartilhados nas universidades brasileiras e o que o
mercado de trabalho exige para o crescimento na carreira há uma grande lacuna.
E não estamos falando apenas de preparo técnico.
“Faltam aquelas competências que os americanos chamam
de “soft skills”, como comunicar-se bem, avaliar o que cada um é capaz, montar
e motivar uma equipe, além de uma série de outras coisas que levam à uma
performance melhor”, diz Armando Dal Colletto, diretor acadêmico da Business
School São Paulo.
1- Ser multicultural (na prática)
Fora a possibilidade de ter um intercambista na turma ou estudar por um período em uma universidade estrangeira, poucas são as iniciativas oficiais de muitas universidades por aí para colocar os alunos em contato direto com diferentes culturas.
Fora a possibilidade de ter um intercambista na turma ou estudar por um período em uma universidade estrangeira, poucas são as iniciativas oficiais de muitas universidades por aí para colocar os alunos em contato direto com diferentes culturas.
No mercado de trabalho o cenário é outro: o chefe pode
ser coreano, o colega da mesa ao lado, espanhol, a empresa parceira, indiana e
o cliente, chinês. A falta de profissionais qualificados no país, a
internacionalização das empresas brasileiras e o desembarque de grupos globais
por aqui aproximou a rotina corporativa do cenário de Babel.
E inglês fluente não é tudo. De detalhes culturais
para negociar melhor até gestos pequenos que contribuem para um boa
convivência: “É preciso um entendimento das diversidades”, afirma Dal Coleto.
2- Trabalhar em equipe
Não se engane: os tradicionais trabalhos em grupos da faculdade quase não preparam ninguém para atuar em uma equipe. Motivo? “Quando organizam os grupos de trabalho, os alunos escolhem seus amigos, pessoas com quem se identificam e, no mínimo, a partir de pontos que os aproximam”, diz Casagrande.
Não se engane: os tradicionais trabalhos em grupos da faculdade quase não preparam ninguém para atuar em uma equipe. Motivo? “Quando organizam os grupos de trabalho, os alunos escolhem seus amigos, pessoas com quem se identificam e, no mínimo, a partir de pontos que os aproximam”, diz Casagrande.
Na vida profissional, a história é diferente. Ninguém
(exceto o próprio chefe) escolhe com quem vai trabalhar. E, ao contrário da
tônica típica dos grupos de faculdade (em que as pessoas tendem a ser
parecidas), para uma equipe dar certo no trabalho é essencial que seja composta
por pessoas com perfis complementares e, portanto, diferentes, afirma o
especialista.
“E, além de tudo, os alunos não aprendem a compartilhar
ideias: Para facilitar a própria vida, dividem tarefas”, diz Casagrande.
3- Fazer networking
Seja por ficar centrado no próprio círculo de amigos e até por uma questão cultural, a faculdade raramente desmistifica a capacidade de fazer networking ou expandir sua rede de contatos profissionais.
Seja por ficar centrado no próprio círculo de amigos e até por uma questão cultural, a faculdade raramente desmistifica a capacidade de fazer networking ou expandir sua rede de contatos profissionais.
“As pessoas têm vergonha de se aproximar dos outros
com uma segunda intenção”, diz Gustavo Furtado, fundador da Tricae. E as
universidades quase nunca criam meios para que esta visão seja mudada. “Nos
Estados Unidos, em todo e qualquer evento as pessoas são estimuladas a se
apresentar e falar a sua história”, diz.
4- Ser interdisciplinar
Na faculdade, as disciplinas até podem ser apresentadas em dias ou semestres diferentes. Mas, na rotina corporativa, o conhecimento adquirido de cada uma delas deve ser usado de forma integrada – algo que, infelizmente, o ensino tradicional ainda não sabe manejar.
Na faculdade, as disciplinas até podem ser apresentadas em dias ou semestres diferentes. Mas, na rotina corporativa, o conhecimento adquirido de cada uma delas deve ser usado de forma integrada – algo que, infelizmente, o ensino tradicional ainda não sabe manejar.
“As pessoas aprendem a resolver problemas de forma
separada e, de repente, precisarão resolver todos estas questões em um problema
só”, diz o coach educacional Renato Casagrande.
5- Falar em público
“Nas apresentações de trabalho, geralmente, só fala quem já tem boas habilidades de comunicação. O mais analítico tende a não falar”, diz Joseph Teperman, CEO da Flow. E, na carreira, apresentar-se em público é quase um requisito básico em todas as carreiras – mesmo que seja para uma plateia composta apenas por seus chefes.
“Nas apresentações de trabalho, geralmente, só fala quem já tem boas habilidades de comunicação. O mais analítico tende a não falar”, diz Joseph Teperman, CEO da Flow. E, na carreira, apresentar-se em público é quase um requisito básico em todas as carreiras – mesmo que seja para uma plateia composta apenas por seus chefes.
6- Como escolher a carreira
A decisão por qual curso superior seguir é apenas o primeiro passo em direção a escolha da carreira que é mais coerente com você. Assim que o diploma é entregue na colação de grau é que começam as verdadeiras escolhas decisivas para a trajetória profissional.
A decisão por qual curso superior seguir é apenas o primeiro passo em direção a escolha da carreira que é mais coerente com você. Assim que o diploma é entregue na colação de grau é que começam as verdadeiras escolhas decisivas para a trajetória profissional.
O problema é que a faculdade ensina pouco para este
momento. “Não há parceria com as empresas ou consultorias de recrutamento. O
profissional sai da faculdade sem saber onde estão e quais são as principais
oportunidades do mercado”, diz Furtado, da Tricae.
Muitas vezes, sem saber muito bem qual rumo seguir. “A
pessoa acaba seguindo a carreira daquele primeiro estágio que ela conseguiu ou
parte para um jogo de tentativa e erro”, diz Teperman.
7- Liderar e gerir pessoas
Exceto por quem se aventura em uma empresa júnior, centros acadêmicos, atléticas ou outros movimentos estudantis, raras são as chances que um graduando tem para treinar a arte de liderar uma equipe. E isso demanda inteligência emocional, resiliência, capacidade para delegar e motivar pessoas. “Tem uma parte da rotina do executivo, que nem um curso de pós ajuda”, afirma Maurício Trezub, CEO da Ciashop.
Exceto por quem se aventura em uma empresa júnior, centros acadêmicos, atléticas ou outros movimentos estudantis, raras são as chances que um graduando tem para treinar a arte de liderar uma equipe. E isso demanda inteligência emocional, resiliência, capacidade para delegar e motivar pessoas. “Tem uma parte da rotina do executivo, que nem um curso de pós ajuda”, afirma Maurício Trezub, CEO da Ciashop.
8- Contratar
“Contratar pessoas para trabalhar com você não é a mesma coisa que convidar um colega para fazer um trabalho”, diz Maurício Trezub, CEO da Ciashop. E muita gente só descobre o tamanho deste desafio quando tem que recrutar pela primeira vez.
“Contratar pessoas para trabalhar com você não é a mesma coisa que convidar um colega para fazer um trabalho”, diz Maurício Trezub, CEO da Ciashop. E muita gente só descobre o tamanho deste desafio quando tem que recrutar pela primeira vez.
“A ajuda, muitas vezes, vem de um superior imediato”,
diz Teperman. Mas nem sempre aparece. “Muitos acham que as únicas pessoas boas
são aquelas que são espelho delas em vez de pessoas com características
complementares a dela”, afirma.
9- Negociar
Nas estruturas tradicionais que a maioria dos cursos de graduação estão assentados há pouco espaço para que o aluno tenha voz e, consequentemente, aprenda a negociar. No máximo, as discussões e os acordos são fechados dentro dos grupos de trabalho – feitos, geralmente, com pessoas parecidas. “Não se aprende a vender ou comprar uma ideia. As pessoas chegam muito ingênuas no mercado”, diz Teperman.
Nas estruturas tradicionais que a maioria dos cursos de graduação estão assentados há pouco espaço para que o aluno tenha voz e, consequentemente, aprenda a negociar. No máximo, as discussões e os acordos são fechados dentro dos grupos de trabalho – feitos, geralmente, com pessoas parecidas. “Não se aprende a vender ou comprar uma ideia. As pessoas chegam muito ingênuas no mercado”, diz Teperman.
10- Ler ambientes
No mundo corporativo é preciso ser autentico, mas também é essencial se adequar. “Antes de se soltar é importante entender qual é a cultura daquela área para, então, vestir a máscara corporativa”, diz Teperman. Na faculdade, esta adequação raramente é uma exigência. “Se você era da turma da frente nunca foi obrigado a sentar com a turma de trás”, afirma.
No mundo corporativo é preciso ser autentico, mas também é essencial se adequar. “Antes de se soltar é importante entender qual é a cultura daquela área para, então, vestir a máscara corporativa”, diz Teperman. Na faculdade, esta adequação raramente é uma exigência. “Se você era da turma da frente nunca foi obrigado a sentar com a turma de trás”, afirma.
11- Portar-se em uma reunião
“As empresas estão mais participativas e menos patriarcais. Com isso, os mais novos são envolvidos nas reuniões desde cedo”, afirma Teperman. Seja por não saber ler ambientes direito, negociar ou falar em público, poucos recém-formados estão prontos para encarar esta missão.
“As empresas estão mais participativas e menos patriarcais. Com isso, os mais novos são envolvidos nas reuniões desde cedo”, afirma Teperman. Seja por não saber ler ambientes direito, negociar ou falar em público, poucos recém-formados estão prontos para encarar esta missão.
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
QUANDO A ESCOLA DEIXAR DE SER UMA FÁBRICA DE ALUNOS
CATARINA FERNANDES
MARTINS
A escola de massas,
onde um professor ensina ao mesmo tempo e no mesmo lugar dezenas de alunos,
nasceu com a revolução industrial mas chegou ao século XXI. Em dois séculos,
mudaram os estudantes, mudou a sociedade e mudou o mercado de trabalho. Quando
mudará a escola?
Crianças sentadas em
fila, olhando para a frente. Mãos cruzadas em cima da mesa, numa postura
inerte. A secretária do professor fica no extremo esquerdo da sala de aula. Não
está a ensinar. Os alunos têm uns capacetes de metal, ligados por uns cabos
eléctricos a uma máquina onde o professor coloca uns livros. A função desse
aparelho, compreende-se pela imagem, é a de extrair a informação dos manuais e
introduzi-la directamente nos cérebros dos jovens, através da transmissão da
energia eléctrica. Foi assim que os ilustradores franceses Jean Marc Cotê e
Villemard imaginaram e retrataram a escola do ano 2000, num postal que era
parte de uma série produzida para a Exposição Universal de Paris, em 1900.
A gravura é de 1899 e
foi utilizada por João Barroso, especialista em políticas de educação e
formação da Universidade de Lisboa, num trabalho que terá sido apresentado em
São Paulo, ontem, intitulado A Escola e o Futuro: As Mudanças Começam
na Sala de Aula.
A escola do ano 2000 imaginada pelos ilustradores franceses Jean Marc
CotÍ e Villemard em 1899
A escola do ano 2000 é
imaginada, no final do século XIX, como um prolongamento da escola então
existente. Cotê e Villemard não vislumbraram uma sala de aula com um funcionamento
completamente diferente por causa da electricidade. Em vez disso, desenharam a
aula de 1899 - um local onde os jovens recebem, de forma passiva, o
conhecimento que lhes é transmitido pelo professor - e acrescentaram-lhe uma
nova tecnologia, que lhes permitiria, simplesmente, ter a mesma informação,
embora com a recepção facilitada.
Vítor Teodoro,
professor da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de
Lisboa, tem outra pintura - de uma sala de aula ainda mais antiga - na cabeça.
O professor está num púlpito. Lá no alto, consegue ver todos os alunos, que se
dispõem à sua frente, sentados por filas. Mas nem todos olham para ele. Uns
conversam com os colegas do lado. Uns têm o olhar perdido noutra direcção. Um
deles dorme apoiado no braço. Vítor Teodoro está a pensar na iluminura pintada
por Laurentius de Voltolina no século XIV, que retrata Henrique da Alemanha a
dar uma aula na Universidade de Bolonha, mas que, de acordo com o professor,
podia retratar uma sala de aula dos dias de hoje.
A educação que hoje
conhecemos tem duas bases, explica o professor da FCT-UNL: a da religião e a
do apprenticeship - a aprendizagem por integração numa
comunidade, que vem da tradição dos ofícios e dos mestres. Para Vítor Teodoro,
durante o século XX, predominou o modelo religioso. A escola adoptou das
igrejas o estrado e o púlpito e o professor, à semelhança do padre, começou a
transmitir, expositivamente, a informação aos alunos, que a recebem de uma
forma passiva. Ensina-se o grupo e não o indivíduo, o que, muitas vezes, leva a
que alguns jovens não compreendam o que está a ser ensinado e percam o
interesse: "Há 50 anos, as pessoas repetiam as orações em latim e não
percebiam o que estavam a dizer. Hoje, acontece o mesmo com os alunos."
Há muito tempo que a
escola se concentra em ensinar aos alunos as competências básicas da
matemática, da escrita e da leitura. Agora, estas aprendizagens básicas já não
são suficientes. No livro The global achievement gap, Tony Wagner,
investigador de Inovação na Educação no Centro de Tecnologia e Empreendedorismo
da Universidade de Harvard, descreve o que está a ser ensinado aos jovens nas
escolas, por oposição ao que eles deveriam estar a aprender para triunfarem nas
suas carreiras, numa economia global.
Wagner defende que a
escola deve desenvolver sete "competências de sobrevivência"
necessárias para que as crianças possam enfrentar os desafios futuros:
pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas, colaboração,
agilidade e adaptabilidade, iniciativa e empreendedorismo, boa comunicação oral
e escrita, capacidade de aceder à informação e analisá-la e, por fim,
curiosidade e imaginação.
Uma colecção de
salas
Teresa Franco tem 15
anos e a partir de Setembro vai frequentar o 10.º ano no Liceu Rainha Dona
Amélia, em Lisboa. Decidir-se por uma área de estudos foi complicado, diz:
"Não tenho a certeza de nada porque não tenho experiência." Teresa
fez um intenso trabalho de pesquisa e criou uma lista com os cursos que a
interessavam: Psicologia, Serviço Social, Dança, Escultura, Pintura, Design de
Ambientes, Design de Comunicação, Design de Moda, Fotografia, Ciências da
Educação, Jornalismo... Áreas variadas e muitas delas relacionadas com a
criatividade. Fez testes psicotécnicos e falou com profissionais de várias áreas
para perceber com qual delas mais se identificava. Acabou por escolher o curso
de Artes. Talvez um dia venha a ser designer.
Tudo se passa nos
mesmos lugares, ao mesmo tempo e da mesma maneira. Uma escola é uma colecção de
salas de aula e o ensino é uma repetição de actividades pré-formatadas, iguais
todos os anos
João Barroso, da
Universidade de Lisboa
Quem sabe se por causa
das dificuldades que teve em decidir-se por um curso, Teresa defende que a
escola deveria promover a interacção com pessoas com experiência nas diferentes
áreas profissionais. Defende que aquilo que faz mesmo falta na escola é uma
componente mais prática. Sugere, por exemplo, que o horário da tarde fosse
ocupado com workshops de fotografia, desporto, artes... Quanto
ao ensino das disciplinas, deveriam ser incentivados outros métodos para além
do "decorar, decorar, decorar". É por essa razão que muitos dos seus
colegas "odeiam História": "Deviam encontrar uma forma que nos
cativasse. Em vez de nos obrigarem a decorar, podiam contar-nos mesmo uma
história - levar-nos a falar com historiadores ou pessoas que tivessem vivido
um determinado acontecimento."
Até aos seis anos,
frequentou uma escola inglesa, a English Preparatory School. Como explica a sua
mãe, Cristina Rebocho, o ambiente era descontraído e a auto-estima das crianças
estimulada: "Ensinavam muito através da brincadeira." Os momentos de
avaliação aconteciam de forma discreta. As crianças pensavam que estavam a
fazer uma ficha de exercícios normal, quando, na verdade era um teste, e assim
não ficavam tão nervosos. No ensino da língua - neste caso, do inglês - os
erros ortográficos das primeiras composições não eram corrigidos. "Para
que eles pudessem desenvolver a imaginação e a criatividade", explica
Cristina Rebocho.
Teresa pensa que os
anos que passou nesta escola lhe deram "estruturas sólidas". Também
por causa dessa experiência, está convencida de que o ensino deveria ter uma
base artística. Alguns colegas dizem-lhe que tinham jeito para as artes quando
eram pequenos, mas como não tinham tempo foram-no perdendo. Para Teresa, é uma
pena porque, diz, as artes "são muito úteis para que nos consigamos
expressar e estar mais à vontade na relação com os outros. E são
libertadoras".
A pedagogia
tradicional da escola uniformizada está na base da criação da escola de massas
a partir do século XIX e não sofreu alterações radicais desde então. Assenta na
homogeneização dos alunos e na subordinação aos princípios da tragédia grega:
unidade de espaço, de tempo e de acção - "Tudo se passa nos mesmos
lugares, ao mesmo tempo e da mesma maneira. Uma escola é uma colecção de salas
de aula e o ensino é uma repetição de actividades pré-formatadas, iguais todos
os anos", de acordo com João Barroso.
Os vídeos Khan
A revista Economist,
num artigo da sua edição de 29 de Junho, Education technology,
mostrava-se optimista relativamente à possibilidade de a Internet ser, por fim,
capaz de fazer aquilo que a escola massificada nunca conseguiu - adequar-se às
necessidades individuais de cada aluno. A revista britânica considera que os
recursos online - desde os programas que monitorizam o
desempenho dos alunos aos vídeos com exercícios - podem estar a transformar
profundamente a educação.
Um dos exemplos
referidos pela revista foi o da Khan Academy - um site que
disponibiliza gratuitamente vídeos com explicações, criado pelo norte-americano
Salman Khan. Os vídeos possibilitam a metodologia da "aula invertida"
- em vez de assistirem à exposição do professor na sala e realizarem os
exercícios em casa, os alunos assistem aos vídeos em casa e realizam os
exercícios na sala de aula. Um exemplo, segundo a Economist, de
como algumas inovações podem transformar a educação convencional.
Em Abril deste ano, a
Fundação Portugal Telecom importou a ideia. Para Teresa Salema, responsável
pela Academia Khan em Portugal, o futuro da educação pode passar por aqui.
A iniciativa surgiu
devido à percepção de que "os alunos não estão bem preparados para
enfrentar a sociedade da informação" e da necessidade de introduzir novos
estilos de aprendizagem: "A sala de aula não muda há 300 anos, mas as
crianças são diferentes", afirma à Revista 2.
Até ao início do
próximo ano lectivo, a PT espera ter disponíveis 400 vídeos de Matemática.
Depois, e até 2014, deverão ser adaptados vídeos de Física, Química e Biologia.
As explicações foram traduzidas do inglês e a adaptação aos conteúdos dos
programas nacionais foram feitos com a ajuda da Sociedade Portuguesa de
Matemática (SPM). As prioridades situaram-se nas áreas mais científicas, onde os
resultados escolares a nível nacional são mais negativos.
Como explica Teresa
Salema, os vídeos da Academia Khan permitem que o professor se concentre
"na orientação, na relação com os alunos e na tutoria individual, que
constituem os papéis mais nobres da profissão". E acrescenta que a
responsabilidade está, cada vez mais, do lado dos alunos, que têm de querer
aprender: "O professor deve incentivar o aluno, mas este não pode ser
passivo."
Vítor Teodoro, que já
recorreu aos vídeos da Academia Khan e a outros semelhantes nas suas aulas,
ressalva que, se a utilização destes instrumentos não for feita de forma
adequada, podem ser "mais do mesmo", uma vez que foram "pensados
para o modelo "missa"". "Quando projecto um vídeo, posso
dizer: "Vejam e aprendam." Ou posso parar a apresentação e dizer:
"O que é que isto quer dizer?" "Vamos transferir este esquema
para o papel"." De acordo com João Barroso, transformações como a da
"aula invertida" são "pequenas alterações cosméticas, que não
tocam no essencial, que é a pedagogia".
Três futuros
possíveis
Para João Barroso, os
problemas e os desafios que se colocam à escola fazem parte de uma evolução
histórica e há três futuros possíveis para o processo de escolarização: a
hiperescolarização, a desescolarização e a refundação, todos eles potenciados
pela utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
A tendência da
hiperescolarização está relacionada com o reforço da escola homogénea. Neste
caso, as novas tecnologias servem apenas, nas palavras de João Barroso, para
fazer o upgradedaquilo que já está a ser realizado. "A sala de
aula continua organizada da mesma maneira. O que eu vou melhorando são escolhas
que já fazia. Isso não é mau. É o que os professores têm feito com o
retroprojector, com o vídeo... Pequenas transformações nas práticas docentes
que têm permitido que se passasse da disposição frontal para a disposição de
grupo e que os alunos façam trabalhos de grupo."
A defesa da
desescolarização está associada à publicação, em 1971, dos livros The
School is Dead, de Everett Reimer, e Deschooling Society, de
Ivan Illich, onde se criticava a escola como instituição. Reimer considerava
que a "salvação" da educação passava pelo fim da escola, tornando-se
necessário devolver o acto de educar aos pais, à comunidade e à livre
iniciativa. Illich, por sua vez, defendia que a educação universal por meio da
escolaridade não era possível. Actualmente, este movimento da desescolarização
foi recuperado pelos defensores do homeschooling (ensino
doméstico), em que as famílias optam por educar os seus filhos em casa.
Normalmente, o homeschooling está associado a perspectivas
mais conservadoras, em que se defende o regresso à vida comunitária das
famílias. Como explica João Barroso à Revista 2, "as empresas de software educativo
têm vindo a apostar nesse público, fornecendo pacotes de programas educativos
organizados em função dos vários anos de escolaridade para que os adultos em
casa possam colocar os jovens em frente ao computador e aprender com esses
programas".
A escola não está
morta
João Barroso garante
que "a escola não está morta, não desapareceu e será recuperada".
Para o investigador, o futuro desejável é o da refundação: "Há uma
necessidade de refundação da escola para que ela possa entrar na era digital,
mas essa refundação não se faz unicamente com a tecnologia, faz-se também com a
alteração das práticas pedagógicas, com a alteração do currículo e alterando o
trabalho dos professores."
Esta refundação (o
termo corresponde, também, à designação do programa aprovado este ano pela
Assembleia da República francesa para preparar a escola para a era digital
- La refondation de l"École) assemelha-se a um modelo com um
século: o movimento pedagógico conhecido por Educação Nova, que se desenvolveu
nos primeiros anos do século XX e que teve o seu impulso com a publicação do
livro Transformemos a Escola, de Adolfo Ferrière. Este movimento
pretendia assegurar uma educação à medida de cada aluno e caracteriza-se pela
defesa do "desenvolvimento das competências individuais, da aprendizagem
interactiva, da escola criativa e activa, apostando na autonomia do
aluno", diz.
"Hoje, também é
necessário transformar a escola de acordo com os mesmos princípios e em
benefício de uma educação à medida de cada aluno, garantindo a equidade, a igualdade
de oportunidades e a inclusão social", escreve o investigador no
texto A Escola e o Futuro. As novas ferramentas podem permitir
realizar estes ideais: "Todas as inovações pedagógicas tentadas durante o
século XX - como a da Escola da Ponte (uma escola portuguesa, no distrito do
Porto, organizada segundo uma lógica de projecto e de equipa, onde não existem
salas de aula, no sentido tradicional, mas sim espaços de trabalho), a
pedagogia Freinet (proposta pedagógica para modernizar a escola, surgida em
1924, que dá primazia ao desenvolvimento do espírito crítico, utiliza a
curiosidade das crianças como ponto de partida para a aprendizagem, feita em
cooperação) - foram muito localizadas. As novas tecnologias possibilitam que as
inovações pedagógicas se desenvolvam de maneira massificada."
Mas, como explica
Vítor Teodoro, "nada se passa fora do enquadramento tecnológico, mas achar
que se pode usar a tecnologia para provocar a mudança é ingénuo. O que temos de
ter é uma lógica daquilo que queremos para a escola".
Deviam encontrar uma
forma que nos cativasse. Em vez de nos obrigarem a decorar, podiam contar-nos
mesmo uma história - levar-nos a falar com historiadores ou pessoas que
tivessem vivido um determinado acontecimento
Teresa Franco, 15
anos, estudante
Se não é por mudar a
tecnologia que muda a escola, também não é pelas mudanças que ocorrem a nível
político que a escola se vai transformar, uma vez que, como afirma João
Barroso, "as grandes reformas políticas são feitas de cima para baixo,
acabando por ficar à porta da sala de aula". As mudanças que estão em
curso vão ter de envolver, obrigatoriamente, cinco dimensões: a política, a
tecnológica, a pedagógica, a curricular e a da formação de professores.
O especialista em
políticas da educação e formação considera que faz sentido pensar o futuro da
escola em função das mudanças que ocorrerem dentro da sala de aula. "O
futuro da escola é a mudança da organização do ensino, da relação pedagógica
entre professores e alunos, da organização do tempo, do espaço, do currículo.
No fundo, a transformação da sala de aula, que é o núcleo duro da escola."
O modelo finlandês
Quando se fala em
mudar a escola e a educação, muitos políticos, educadores e pedagogos referem,
de uma maneira geral, o sistema educativo finlandês. Não é por acaso: a
Finlândia ocupa o primeiro lugar ou os lugares cimeiros nas diferentes
categorias testadas pelo Programme for International Student Assessment (PISA),
que procura medir as capacidades de leitura e de literacia matemática e
científica dos jovens com 15 anos nos 34 países da OCDE.
No documentário The
Finland Phenomenon: Inside The World"s Most Surprising School System,
de 2010, Tony Wagner quis perceber as razões do sucesso deste sistema de
ensino. Através de visitas a salas de aula e entrevistas a professores e
alunos, o investigador chegou a algumas conclusões. Numa das primeiras cenas do
documentário, Wagner conta aquilo a que assistiu numa sala de aula da segunda
classe: nas semanas anteriores, as crianças tinham aprendido a distinção entre
energias renováveis e não renováveis e, no momento da visita do investigador, a
professora pediu aos alunos que criassem um espectáculo de marionetas,
imaginando que a electricidade falhara em suas casas e aquilo que deveriam
fazer nessa situação. "Experiências da vida real, conceitos abstractos e
artes - tudo integrado no mesmo currículo", comenta Wagner em voz-off.
Um dos professores
explica ao investigador aquilo que considera importante na educação dos jovens:
"Compreender as razões por detrás das coisas, ler, sonhar, falar,
encontrar soluções por si próprio."
Ao longo do filme,
Tony Wagner chega a outras conclusões. As salas de aula, repara, são pequenas,
as turmas têm cerca de 20 alunos e o ambiente é íntimo e relaxado, com as
crianças a tratar os professores pelo primeiro nome. Há menos aulas expositivas
durante o dia e mais tempo para actividades de projecto e para aprofundar as
aprendizagens.
Cada escola goza de
grande liberdade para desenhar os seus próprios currículos. No sistema
educativo finlandês, os jovens têm muito poucos trabalhos de casa e são
submetidos a poucos testes e exames.
Na Finlândia, a
profissão docente é altamente prestigiada. Uma das razões para que isto
aconteça deve-se à elevada exigência da formação dos professores. Só os
melhores alunos conseguem entrar numa das oito universidades que preparam
docentes. Estudam durante cinco anos, tempo que inclui o mestrado, e treinam
observando os seus professores a ensinar.
Mas, para Wagner, o
aspecto mais surpreendente de todos é o facto de o sistema se basear na
confiança: "O Governo confia nos municípios para adaptarem o currículo
nacional de acordo com as necessidades locais. Os municípios confiam nos
professores e nas escolas para que estes façam aquilo que é correcto. Os professores
confiam na capacidade de os alunos usarem o seu tempo de forma correcta e a
Internet e outras tecnologias de forma responsável."
Acabar com as
salas?
Há outros exemplos de
"escolas do futuro". Através delas, é possível perceber como é que as
salas de aula estão a mudar. E as mudanças passam, muitas vezes, pelo próprio
desaparecimento do espaço tradicional da sala de aula. Na Vittra Telefonplan,
em Estocolmo, em vez de salas de aula, praticamente não existem divisões, à
excepção de algumas salas fechadas, para que possam ser à prova de som,
destinadas à prática da dança ou do canto ou para a visualização de filmes. Os
estudantes sentam-se em sofás almofadados e de formas arredondadas, utilizam
mesas que se assemelham às que existem nas cafetarias, onde os alunos podem
comer ou trabalhar, ou fazer as duas coisas em simultâneo. A organização do
espaço foi pensada para permitir a livre circulação dos estudantes. Os espaços
diferenciados pretendem estimular as crianças a aprender à sua maneira.
Segundo uma reportagem
na revista Exame (Brasil), na Escola Orestad, em Copenhaga,
existem algumas salas de aula tradicionais, mas 50% das actividades são
realizadas em espaços abertos, onde os alunos resolvem os exercícios em
pequenos grupos.
Na Bélgica e nos
Estados Unidos, surgiram laboratórios para testar mudanças profundas na forma
de organizar o espaço e o trabalho. Em Bruxelas, a associação European
Schoolnet, criada pelos ministros de Educação da União Europeia para encorajar
as escolas a optimizar a utilização das novas tecnologias, criou o Future
Classroom Lab, onde existe uma sala de aula aberta com cinco zonas adaptadas a
diferentes actividades: recolha e tratamento da informação, comunicação,
divulgação e debate e produção multimédia. O projecto TEAL (Technology Enable
Active Learning), no MIT, em Boston, tem salas compostas com mesas redondas,
todas equipadas com computadores. O professor fica no centro da sala. Os
estudantes trabalham em grupo e ensinam-se uns aos outros.
Há 50 anos, as pessoas
repetiam as orações em latim e não percebiam o que estavam a dizer. Hoje,
acontece o mesmo com os alunos
Vítor Teodoro,
professor da FCT-UNL
João Barroso resume à
Revista 2 o que acontece na maior parte destes espaços: "Os alunos não se
dividem por disciplinas, mas por actividades - os que estão a trabalhar, os que
estão a dialogar, os que estão a recolher informação, os que estão a fazer
trabalho autónomo, os que estão a fazer trabalho de grupo, aqueles que estão a
desenvolver conceitos, aqueles que praticam exercícios. Os espaços são
sobretudo abertos e a sua estrutura central, para além da presença da
tecnologia, são grandes mesas redondas para nove, dez alunos." Para além
da tecnologia, aquilo que é mais valorizado é o convívio, o debate e a acção,
explica.
Isto significa que
"a dimensão da relação humana é extremamente valorizada na idealização da
escola do futuro, do ponto de vista espacial, organizativo e temporal".
João Barroso tem uma visão contrária àquela que acredita que as novas
tecnologias podem levar ao isolamento dos adolescentes, quando estes passam
horas em frente ao computador: "Estas tecnologias podem ser geridas de uma
maneira individualista e de autofechamento, mas, por outro lado, convidam ao
debate, à discussão, ao diálogo."
O papel do
professor
E é também aqui que
entram os professores e a escola, que, segundo este especialista, "tem um
papel fundamental em educar os jovens no uso das tecnologias de
informação". Não se trata de ensinar as crianças e os adolescentes "a
utilizar o computador, os smartphones ou o iPad", diz. Se
o papel do professor se resumir a ser um mediador entre o aluno e o computador,
passamos a ter um professor que não é professor, mas um
"operacional".
Segundo João Barroso,
o professor tem de ser um mediador, sim, mas "entre o aluno e o
conhecimento", assegurando "situações criativas para o uso das
tecnologias". Desta forma, o docente mantém a imagem "do adulto junto
do jovem, do professor reflexivo que pensa nas suas práticas e que procura
actualizá-las, do porteiro do conhecimento e daquele que garante os valores da
educação pública na escola".
Para além disso, as
novas tecnologias, em vez de diminuírem o estatuto do professor, podem
aumentá-lo: "Hoje o professor perde muito tempo com tarefas menores do
ponto de vista educativo, e a tecnologia pode permitir aliviar o professor
dessas actividades rotineiras e pouco significativas do ponto de vista da
profissão docente e deixá-lo livre para aquilo que é fundamental: a relação com
a criança e com o jovem no acesso ao conhecimento", diz o investigador.
A sala de aula não
muda há 300 anos, mas as crianças são diferentes
Teresa Salema,
Academia Khan Portugal
Para António Dias de
Figueiredo, responsável pela fase-piloto do Projecto Minerva, que consistiu na
introdução das TIC nas escolas do ensino básico e secundário, um projecto
nacional de renovação pedagógica só é possível se dermos confiança aos docentes
e criarmos modelos de organização em que seja possível dotar os professores de
autonomia: "Se lhes for dada a hipótese de agirem como pessoas
inteligentes e não como "funcionários"... Um professor apaixonado
consegue fazer milagres."
Mas para que a escola
mude, é necessário que algo mude também junto dos professores, defende Vítor
Teodoro. A formação dos professores tem de sofrer alterações para se aproximar
mais da formação dos médicos, por exemplo: "A aprendizagem das profissões
que envolvem interacções com outras pessoas deve fazer-se mais pela integração
num grupo, pelo acompanhamento, pelo exemplo e pela discussão e análise das situações."
Ou seja, os futuros professores deveriam aprender através de casos concretos:
assistindo a aulas reais, por exemplo, e não recebendo aulas sobre como se
ensina.
Para Vítor Teodoro, o
ensino devia ser, cada vez mais, uma actividade de grupo, com equipas que
preparam os materiais e as aulas em conjunto. Segundo o professor, isto é
válido tanto para a formação dos professores como para a prática profissional.
Precisamos de
disciplinas?
Ao mesmo tempo que
muda a pedagogia e a tecnologia, o currículo também tem de mudar. João Barroso
defende que os currículos devem desenvolver competências transversais e que,
ainda que continuemos a falar de disciplinas, o ensino não precisa de estar
organizado assim: "As tecnologias podem potenciar actividades transdisciplinares
e interdisciplinares, não segmentando os saberes, como hoje acontece na
organização disciplinar." Os momentos de transmissão do conhecimento
continuariam a existir, mas seriam mais reduzidos: "Há o tempo necessário
para aquilo que são os conceitos-chave e depois todo o grande trabalho é na
operacionalização desses conceitos - é aí que se resolvem as dúvidas e se
inter-relacionam os conceitos."
Para Vítor Teodoro, o
modelo da missa que tem dominado a educação deve ser combinado com o modelo
do apprenticeship, introduzindo-se bons laboratórios, uma forte
componente prática, uma forte componente artística, desenvolvendo o trabalho de
projecto dos alunos e colocando a ênfase no trabalho com pequenos grupos.
Segundo o professor,
"isto é o oposto do que está a acontecer em Portugal". Como explica à
Revista 2, a escola está a ser transformada numa escola mínima. A função
tradicional da educação de empowerment tende a ser cada vez
menor e tudo aquilo que está relacionado com as expressões artísticas, como o
desporto, a arte e a música, estão a desaparecer, afirma Vítor Teodoro.
A escola precisa de
mudar, mas essa mudança vai ser na direcção errada, lamenta: "Vai mudar
para um sentido mais pobre e utilitário - as crianças saem da escola com uma
utilidade meramente económica."
O professor defende
que em Portugal deveriam ser adoptados os programas do International
Baccalaureate (como já fizeram 144 países) - uma fundação internacional para a
educação, sem fins lucrativos, que desenvolveu quatro programas educativos para
crianças e jovens com idades entre os 3 e os 19 anos e que, segundo Vítor
Teodoro, "dá uma grande importância às artes e à iniciativa dos
estudantes".
Achamos que a educação
é melhor se for uniformizada, o que é uma contradição com o mundo em que
vivemos, em que só aqueles que se diferenciam é que arranjam emprego
António Dias de
Figueiredo, Projecto Minerva
Num desses programas,
destinado a crianças entre os 3 e os 12 anos, a aprendizagem da língua materna,
dos estudos sociais, da matemática, das artes, da ciência e da educação
pessoal, social e física é feita de uma forma transdisciplinar, abordando as
seguintes questões: quem somos; em que espaço e em que tempo é que estamos;
como é que nos expressamos; como é que o mundo funciona; como é que nos
organizamos e partilhar o planeta. Para os mais velhos (dos 16 aos 19 anos), o
programa exige aos alunos que realizem um ensaio com quatro mil palavras e um
trabalho sobre a Teoria do Conhecimento em que devem analisar as diferentes
formas de conhecimento (percepção, emoção, linguagem e razão) e examinar os
tipos de conhecimento (científico, artístico, matemático e histórico). Há ainda
um envolvimento em actividades artísticas, desportos individuais ou colectivos,
projectos internacionais e actividades comunitárias e serviço social. Nestas
idades, os alunos podem também optar por seguir um programa de ensino
profissional.
Vítor Teodoro está
convencido de que a escola portuguesa deveria ser uma variante destes programas
e que "entre seis meses e dois anos" seria possível adoptar os
currículos ao sistema português.
O aluno da era
conceptual
Segundo João Barroso,
aquilo que os empregadores hoje valorizam no estudante - mais do que aquilo que
ele sabe - "é a capacidade que ele tem de aprender coisas novas, de se
adaptar às situações, de produzir conhecimento, de interagir".
Um currículo
caracterizado pela transdisciplinaridade permite trabalhar a operacionalização
dos conceitos, explica João Barroso. No ensino tradicional, geralmente é aí que
está o problema - o aluno quer utilizar o conhecimento na sua vida prática e
não sabe como fazê-lo.
Para o investigador,
"os trabalhos desenvolvidos com recurso às TIC, uma vez que disponibilizam
um grande volume de informação, desenvolvem a capacidade de seleccionar informação,
de tratá-la e de ser capaz de utilizá-la de maneira organizada para um
objectivo imediato".
Para Vítor Teodoro,
aquilo que distingue um bom profissional de um mau profissional é a autonomia.
"Quando me perguntam o que é que eu quero que os alunos sejam, respondo:
"Mais autónomos e capazes do que eu próprio"."
No livro A
Whole New Mind: How to Thrive in the New Conceptual Age, Daniel Pink
apresenta as quatro eras das sociedades dos últimos 150 anos - agrícola,
industrial, da informação e, iniciada no século XX e estendendo-se até agora,
do conhecimento. Actualmente, começa a emergir uma outra era, a que Pink chamou
"era conceptual", na qual se valorizam os trabalhadores que consigam
ser mais criativos e com maior inteligência emocional.
A escola de hoje,
explica também António Dias de Figueiredo, inspirou-se no cartesianismo, que
privilegia tudo o que é racional, deixando de fora aquilo que é emocional. Esta
visão racionalista do ensino desenvolve as competências racionais da criança e
evita os aspectos emocionais, artísticos e as visões humanistas do mundo:
"A escola do ponto de vista da preparação para a razão faz um bom
trabalho, mas tem visto a criança como metade daquilo que ela é. O que a escola
não está a conseguir encontrar é um equilíbrio entre a razão e a arte. Não está a desenvolver as competências criativas."
Para António Dias de
Figueiredo, estamos a construir o século XXI com visões sobre a educação que
são do século XIX: "Vivemos na era industrial porque temos uma visão
neoliberal da educação. Achamos que a educação é melhor se for uniformizada, o
que é uma contradição com o mundo em que vivemos, em que só aqueles que se
diferenciam é que arranjam emprego."
Num artigo escrito em
2009, intitulado Inovar em Educação, Educar para a Inovação, António
Dias de Figueiredo defendeu que as escolas têm de preparar os cidadãos para
"um mundo globalizado, complexo, de mudança, centrado no conhecimento,
onde todos competem com todos, sem fronteiras, e onde a capacidade de cada um
para criar valor, com empenho e inovação, passou a ser factor crítico, não
apenas de sucesso, mas de sobrevivência".
Passados 28 anos sobre
o primeiro projecto nacional para as TIC no ensino não-superior, António Dias
de Figueiredo considera que evoluímos muito pouco na transformação das escolas
em espaços de inovação e criatividade. Os alunos, afirma, "estão a ser
produzidos industrialmente e a transformar-se em funcionários. Não têm
autonomia".
O professor mostra uma
imagem que ilustra esta convicção. A figura está dividida em duas partes. No
topo, a frase "What today"s world needs" ("Aquilo de
que o mundo de hoje precisa"). Depois, a figura correspondente: bonecos de
todas as cores, organizados em grupos com diferentes dimensões e formas. Por
baixo, uma outra frase: "What the school systems are producing"
("Aquilo que os sistemas escolares estão a produzir") e três filas de
bonecos cinzentos, como se estivessem dispostos em linhas de montagem, sem nada
que os distinga entre eles.
Qual o segredo do empreendedorismo?
Um empreendimento não é sinônimo de sucesso, no entanto pode
ajudar muito para se atingir uma vida bem sucedida. O que muitas vezes atrapalha na hora de atingir o objetivo,
é a falta de foco, de saber quais os principais pontos a serem atingidos e se
dedicar a eles.
O que pode parecer clichê, na verdade é imprescindível. Sonhar
com o objetivo, é fundamental. Ele impulsiona para que se corra atrás do que se
deseja. Um sono nobre, que faça o bem para o próximo, que traga benefícios a
sociedade, e um sonho que merece ser conquistado.
Outro ponto importante é ter foco. Você precisa estar certo
de onde quer chegar. Falar em focar é fácil, agora pôr em prática e focar em
algo que você quer muito, faz você abandonar muitas outras coisas. Você pode observar a vendedora de uma loja por
exemplo, que saiu do emprego, mudou de cidade, colocou uma loja parecida e
acabou dando certo no empreendimento. Acredite, mas pelas circunstancias da
vida, ela precisou focar para alcançar algo maior.
Os mais jovens, sofrem com a era da internet. Já que,
facebook, twitter e afins, tiram o foco do trabalho. Por isso a necessidade de
ter um mentor por perto o tempo todo, para que o trabalho seja feito.
Outro fator importante é a paciência. É preciso acreditar no
longo prazo. Nada tem resultado em curto prazo.
A dedicação também é fundamental, trabalhar as vezes é apenas uma
questão de observar como seus colaboradores estão trabalhando, e escolher bem
seus subordinados. Trabalhar não precisa ser uma questão de correria, mas sim
de estar presente.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Você sabe como conquistar seus clientes?
Primeiramente, é preciso saber que não existe clientes
chatos, existem clientes com perfis diferentes. São diversas as
características, alguns são mais curiosos, outras indecisos, por vezes exigentes,
outros negociadores. Assim, é necessário possuir habilidades que facilitem identificar
o perfil de cada um. O ponta pé inicial para um bom profissional é ser
flexível, oferecer soluções, dialogar com facilidade e claro, ser simpático.
Para quem trabalhar com vendas, é de suma importância criar
uma comunicação que exponha bons argumentos, que mostrarão ao cliente a
importância do negócio em questão. O
profissional precisa inspirar confiança, entender o que o cliente quer, para
que o mesmo se identifique com o vendedor que está lhe atendendo.
Uma boa dica é compreender o que o cliente busca, pois o bom
atendimento não é feito na maneira que você gostaria de ser tratado, já que
cada pessoa possui uma personalidade diferente. Outro fator importante é a
paciência. Clientes mais difíceis exigem mais capacidade do vendedor.
Por Thais Hoerlle- Assessora de Comunicação
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Gilberto Wiesel estará presente no Educar/Educador-BETT 2014
O palestrante Gilberto Wiesel irá participar da Educar/Educador -BETT 2014 - Maior Feira e Congresso Educacional América Latina.
Wiesel irá falar sobre "Os desafios para trabalhar com as novas gerações. Você está preparado?"
A Palestra: O objetivo da palestra é abordar quais são as competências profissionais e pessoas que o educador deverá ter ou desenvolve para interagir e estar à frente, de forma eficaz, dos novos consumidores do saber.
Autoconhecimento é o início dessa jornada. A partir dessa análise profunda dos conceitos interiorizados, por anos começa uma grande viagem para uma mudança atual. Os desafios estão na MUDANÇA.
O Congresso: Dentre os diversos eventos promovidos e organizados pela Futuro Eventos, a Educar/Educador-BETT é o maior sucesso. Uma combinação do que há de melhor em produtos e serviços para Educação com uma seleção de Congressos e Seminários Internacionais ministrados sempre por grandes especialistas.
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